A Profa. Amanda Mauri é professora de educação infantil no Espírito Santo e faz parte do portal Educação Emocional, onde encontrou apoio e oportunidades para desenvolver projetos envolvendo temas como bullying, inclusão, diversidade e saúde mental no ambiente escolar.
Ela destaca a importância do grupo de professores com objetivos em comum, que promove debates e discussões para promover uma educação de qualidade nas escolas.
É muito comum associarmos a educação emocional ao ensino das crianças e jovens, o que, de fato, possui grande relevância, como é apresentado por meio de diversas pesquisas e estudos na atualidade. No entanto, para que esta educação aconteça na prática, é fundamental disponibilizar um “espaço” emocionalmente educativo, que envolva não só estudantes e professores, mas todos os agentes envolvidos no processo educacional.
Pensar em uma educação de qualidade parte da premissa de que toda a engrenagem institucional está em sintonia e flui bem. Por esse motivo, é essencial garantir que cada um desses atores esteja preparado, não só para ensinar, mas também para vivenciar a educação emocional, o que irá refletir em um ambiente escolar emocionalmente educativo e saudável. Para iniciar esta reflexão, convido você, prezado leitor, a se questionar: na sua concepção, o que é a escola?
De acordo com o dicionário, escola é: 1. estabelecimento público ou privado destinado ao ensino coletivo; 2. conjunto de professores, alunos e funcionários de uma escola. Diante desta definição, podemos compreender a escola como um espaço vivo, que se movimenta, que interage entre si, que tem comunicação e, sobretudo, que é feito – por – pessoas e –para – pessoas. Essa perspectiva retrata uma visão de escola que vai muito além dos muros das instituições.
Em uma perspectiva analógica em que a escola corresponde a um organismo vivo, podemos compreender que, assim como o nosso corpo é composto por diferentes órgãos e sistemas, a escola é formada por diferentes sujeitos e grupos que estão interligados entre si. Considerando que para manter o bom funcionamento do corpo, todos os órgãos precisam estar bem, o mesmo acontece com a escola.
Uma outra forma de analisar essa relação é pensando no funcionamento de uma engrenagem. Em um sistema que envolve estudantes, professores, equipe administrativa, gestão, famílias, comunidade e o próprio sistema educacional, cada peça faz a diferença. Nesse sentido, se você integra algum desses grupos, vale se questionar: quem sou eu nessa engrenagem? Essa resposta não deve levar em consideração apenas o seu título, mas o seu objetivo, as suas vivências e a sua motivação para integrar esse grupo.
Reforço esta reflexão: qual tem sido a sua contribuição para esta engrenagem? O que precisa ser melhorado? O que te move enquanto peça dessa engrenagem? Aqui, desvelamos o que chamamos de propósito. Pessoas possuem propósitos, propósitos geram resultados. A escola, enquanto organismo vivo, exige conexão entre todos os seus componentes, e quando todas as peças reconhecem e assumem a sua função em busca de um propósito em comum, o “eu” passa a ser “nós”.
O “nós” é a equipe, o conjunto, o organismo. É quando os propósitos ganham força e se multiplicam entre si. No entanto, sabemos que a realidade costuma estar muito aquém deste cenário e, nem sempre, as peças mantêm o engajamento esperado. Pense na sua realidade. O que dificulta o engajamento no ambiente escolar? Provavelmente você pensou em alguns problemas, inclusive de relacionamento, e esse é o ponto em que a vantagem de unir tantas peças, também pode dificultar o funcionamento da engrenagem, afinal, somos múltiplos e precisamos lidar com a diversidade.
Pensando nisso, o exercício envolvendo cactos e balões pode ser útil. Considere que um deles seja positivo e o outro negativo. Qual deles você considera como positivo? E o negativo? Quais são as qualidades de cada um? E quais são os defeitos? Se possível, anote as suas respostas para facilitar a compreensão. Percebe que até mesmo aquele que apontamos ser negativo possui qualidades? Da mesma forma, aquele considerado como positivo, também pode apresentar alguma falha.
Ao questionar sobre as dificuldades de relacionamento no ambiente escolar, podemos também realizar esta análise das nossas qualidades e dos pontos a serem trabalhados. Esse exercício nos ajuda a enxergar o que cada um tem de melhor (inclusive nós mesmos), bem como os aspectos que dificultam o engajamento coletivo, dando um direcionamento para possíveis medidas de intervenção. É importante compreender que ninguém cresce se estiver preso em uma bolha, é na convivência que exercitamos as nossas fragilidades e, assim, poderemos crescer juntos. A riqueza das relações está justamente na diversidade, onde um complementa o outro.
Nesta construção coletiva denominada escola, cada membro tem o seu papel e, juntos, somos mais fortes. É preciso construir esse alicerce de maneira sólida para que possamos colher os frutos de uma educação integral, inclusiva e acolhedora. A educação emocional é um dos pilares para esta construção. Se você tem esse propósito, faça sempre o seu melhor, fortaleça e busque suporte sempre que necessário e jamais se esqueça: você é uma peça importante nessa engrenagem!
Este texto não reflete necessariamente a opinião do Portal Educação Emocional. O colunista convidado tem liberdade de expressão.
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